Flea fala sobre Josh Klinghoffer em nova entrevista

Flea e Josh no Dodger Stadium, em Los Angeles, no ano passado.

Matéria postada na comunidade RHCP no Orkut falando sobre Flea e Josh Klinghoffer, além de novidades da "nova era" da banda.

Sr. Balzary, Frusciante fora e Klinghoffer dentro. Uma mudança drástica, não?

Grande mudança. Uma ótima mudança. John é um músico incrível. Ele nos deu coisas inimagináveis como guitarrista, compositor e também como pessoa. Ele escreveu grande parte de nossas músicas mais famosas e o seu tocar de guitarra é bastante característico. A energia dele sempre vai estar conosco. Mas ele não queria mais. Ele decidiu ir. Então, os deuses nos abençoaram com Josh Klinghoffer. Josh é um cara muito doce e maravilhoso e maluco. Com ele, fizemos nosso caminho para um novo reino musical.

A saída de Frusciante foi inesperada?

Não, não mesmo. Eu tinha a sensação que ele já queria sair por um tempo. Ainda amo John e estou feliz que ele viva a vida dele e esteja bem. Sobre quais motivos, você deve falar com ele mesmo.

Josh é aproximadamente 15 anos mais jovem do que vocês. Vocês o levam a sério?

A diferença de idade não é algo em que pensamos. Ele é um igualmente membro da banda. Ele tem suas ideias, seus pontos de vista, seu perfil. Estamos aprendendo com ele assim como ele está aprendendo conosco.

Em que pontos Josh Klinghoffer influenciou no som do RHCP?

Ele traz uma nota diferente. Seu estilo é sutil, poético e muito diversificado. Josh não é direto, que joga na cara, como John. Por causa disso eu também tive que me ajustar. Josh toca misteriosamente. O seu modo de tocar guitarra esconde atrás de você. E ele toca incrivelmente bem.

Ele já havia tocado com vocês na ultima turnê.

Nós o conhecemos por 15 anos. Ele tem sido parte de nossa família há muito tempo. As pessoas acham que pra ele é uma grande coisa tocar em uma grande banda de rock. Na verdade, não é. Josh sempre foi um músico bastante procurado e respeitado. Ele não está conosco porque quer fama ou poder.

Josh simplesmente ama música. Ele ama tocar guitarra. Essa é a vida dele. Quando oferecemos à ele a vaga, ele disse "Tenho que pensar sobre isso." Após três semanas ele finalmente aceitou. Ser famoso e ganhar rios de dinheiro não significam nada pra ele.

Ele fica intimidado pelo fato de tocar em uma banda tão famosa?

Ah, isso é besteira. As pessoas dizem que somos velhos com nossa história de 30 anos de banda. Besteira. Somos jovens. Veja músicos como Duke Ellington, que tem uma longa carreira. Em 50 anos podemos ter essa mesma conversa, mas até lá não vou nos considerar lendas.

Após a ultima turnê vocês tiveram uma pausa de 2 anos dos Peppers. Como você passou esse tempo?

Eu sou pai de novo e minha filhinha está com 5 anos agora. Então, tentei passar a maior parte do tempo com ela.

Fui à faculdade por um ano também.

Qual foi sua motivação?

Aprender. Sou uma pessoa curiosa. Estudei teoria musical e comecei a tocar piano. Foi muito divertido e agora eu pratico muito. Música clássica é uma coisa complicada. Uma parte vai em cima da outra e tudo está relacionado de alguma forma. E se você não entender uma coisa então você fica travado e não pode terminar o resto. Rock não é, historicamente, tão significante como as algumas clássicas. Ela remete à música descartável. Eu acho isso uma droga e um pouco injusto. 

Na música "Happiness Loves Company" é você no piano?

Sim. Sou só um músico e quando aprendo a tocar um instrumento eu quero tocar, principalmente para meus companheiros. Acho que é bacana ter pianos nesse CD. É um novo elemento pros Chili Peppers.

O que mais influenciou foi que eu e Josh compusemos no piano e então transferimos as composições para a banda de rock. Essa é uma nova maneira de abordar as músicas para nós.

Agradecimentos: Doug