segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Entrevista com Marc Klasfeld, diretor do clipe "Brendan's Death Song"


O Red Hot Chili Peppers Brasil conversou mais uma vez com o diretor americano Marc Klasfeld. Dessa vez sobre o video de Brendan's Death Song.

Marc Klasfeld que também deu uma entrevista sobre o videoclipe de Monarchy of Roses para o site, é um grande fã da banda e diz que trabalhar com RHCP é um sonho.


No vídeo, nós vemos a marcha fúnebre com banda, trajes antigos, as garotas dançando, etc… Qual foi o conceito geral do vídeo? 
O conceito geral foi realmente esse, uma simples marcha fúnebre que culmina na queima de letras. Combinar o RHCP e uma marcha fúnebre foi emocionante, eu tinha essas grandes visões na minha cabeça, nós realmente não precisamos fazer muito mais. Idéias simples e elegante sempre vence.

Quanto aos trajes, eu tenho um figurinista / maquiador chamado Maxi, que é outro lendário talento criativo em videos que não recebe um monte de créditos, mas tem sido a força por trás de muitos e muitos vídeos bem conhecidos. Eu realmente não preciso falar muito pra ele neste momento, como temos trabalhado juntos por um longo tempo. Ele só recebeu (o roteiro). Ele realmente pegou o espírito do que um marcha fúnebre do RHCP deveria parecer e acertou.

Em que lugar de Nova Orleans foi gravado o vídeo? 
Foi gravado em Tremé e French Quarter e em seus arredores.

E por que escolheram esses lugares? 
Devido a vários fatores que consideramos Nova Orleans. O vídeo que deu o pontapé inicial na minha carreira foi "Ha" do rapper Juvenile. Eu estava tão inspirado por Tremé e pelas áreas ao redor, a combinação da pobreza, arquitetura francesa, humanidade e beleza, tristeza e alegria. Aquele vídeo foi o inicio da minha carreira e New Orleans foi grande parte disso. 

Fiquei muito feliz em poder voltar e gravar em uma área que eu estou muito familiarizado. Há muita personalidade em Nova Orleans que não é difícil de inspirar. Eu nunca fui ao Brasil, mas eu aposto que as favelas têm um sentimento muito semelhante. Cidade de Deus é um filme fantástico que atrai sobre esse poder (de inspiração).

A banda que toca no vídeo é a Treme Brass Band, né? 
Sim.

Quanto tempo levou pra gravar tudo? 
Um dia, mas usamos duas câmeras. Nós filmamos em película de 16mm, igual como fizemos em Maggie. Eu ainda gosto de filmar em certos projetos. Eu sei que quase ninguém grava em película mais hoje em dia mas há um sentimento clássico vintage em filme que você não consegue em digital. E você pode realmente chegar numa aparência especial no Telecine (equipamento) que você não pode com Red ou Alexa.

Houve inscrições para fãs participarem da gravação do vídeo, vieram fãs de diferentes lugares ou somente da região de Nova Orleans? 
Eu acho que eles vieram de vários lugares de Louisiana, mas não tenho certeza. Fizemos algumas seleções para o elenco, mas também abrimos a seleção via website do RHCP e tivemos uma abundância de inscrições. Você consegue esses grandes rostos, quando você vai para fora da seleção típica de Los Angeles. Os rostos são tão verdadeiros, eles contam histórias, eles têm personalidade. O Sul (do EUA) é um dos meus lugares favoritos e Nova Orleans é uma cidade muito especial. Uma das cidades mais mágicas na Terra.

Foi difícil organizar os fãs para atuar na frente da câmera? 
Eu amo este tipo de gravação que eu chamaria de documentário estilizado. É algo que eu comecei a fazer com a música rap. Eu fiz muitas vezes e em muitas maneiras diferentes, desde então. Mas a chave para tudo isso é deixar que as coisas aconteçam na frente da câmera, como se fossem reais. Eu tenho um grande Diretor de Arte e um Diretor de Fotografia que fizeram este estilo comigo muitas vezes, por isso foi realmente muito divertido.

Qual foi a maior dificuldade, caso existiu, para gravar este video? 
A parte mais difícil das filmagens para mim foi o calor como não há nada igual no Sul no verão. É insuportável.

Uma curiosidade, aquela cabeça grande atrás da bicicleta simbolizava o que? 
A ideia era criar uma "marca" para essa marcha fúnebre que combinasse com o estilo do RHCP. Esta foi apenas uma entre muitas características que minha brilhante diretora de arte Elizabeth Moore adicionou à mistura. Eu levei minha equipe de Los Angeles para New Orleans, então ter a minha equipe ao meu redor sempre me faz sentir confortável. Elizabeth começou com diretores como Matt Mahurin, então ela tem uma riqueza de conhecimento de arte que você simplesmente não pode encontrar facilmente.

E o rato no ombro do fã, foi planejado ou simplesmente apareceu lá com o animal e decidiram usa-lo? 
Foi um feliz acidente.

Nós pensamos que na versão estendida do vídeo a banda iria usar algumas fotografias que simbolizasse momentos felizes com Brendan no passado. Por acaso essa ideia chegou a ser pensada em algum momento? 
Houve uma discussão sobre isto antes, mas nunca veio acontecer.

No passado, o RHCP fez uma brilhante parceria com Jonathan Dayton e Valerie Faris que resultou em vídeos maravilhosos. Agora parece que uma nova brilhante parceria está se formando. Como é pra você, sendo um fã, ser parte de uma nova parceria em grandes video do RHCP?
É clichê, eu suponho, mas é um sonho se tornando realidade para mim. Você entra nesse negócio para fazer trabalhos divertidos e criativos, e fazer isso com um de seus artistas musical favorito é um pouco surreal. 

Eu me lembro do meu amigo no colégio me apresentando o primeiro álbum do RHCP e ficando tão atraído instantaneamente para a música e energia da banda. A música deles me inspira tanto que aumenta minha paixão e esforço criativo, e é por isso que os vídeos saem tão bem.

Ser mencionado junto de Dayton/Faris é uma honra também. Eu sou um grande fã da carreira deles e dos vídeos que eles fizeram para o RHCP. De fato, os vídeos que eles fizeram para RHCP são meus favoritos deles. Eles são lendas na indústria.

Agradecimentos e fonte da entrevista: Site RHCP Brasil

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