sábado, 30 de junho de 2018

Review: Entrevista de Anthony Kiedis para a revista italiana Flair Magazine - Março de 2012

Anthony Kiedis foi entrevistado pelo jornalista italiano Luca Bergamin, para a revista Fashion Magazine, Flair. A entrevista foi feita em Barcelona, quando o Red Hot Chili Peppers tocou na Arena Palau Sant Jordi em 17 de dezembro de 2011, e foi publicada na edição de março de 2012 da revista.


No quarto de um luxuoso hotel em Barcelona, entre garrafas de sucos de vitaminas e um oratório budista para viagem, eu tive uma queda de braço com Anthony Kiedis, o líder dos Red Hot Chili Peppers. Ele é a estrela de uma das mais loucas bandas dos últimos 20 anos, que já vendeu mais de 80 milhões de álbuns ao redor do mundo, sendo o último o "I'm With You". Pouco depois dessa entrevista (eu não passei uma rasteira nele), Kiedis fraturou o pé direito. A atual turnê do RHCP foi suspensa até 29 de março, para que ele pudesse se recuperar. Anthony já ganhou 6 Grammy Awards, e levava uma vida regada à drogas e sexo.

Eu entrei no quarto dele – graças à alguns amigos – e descemos até o bar para continuar com nosso desafio. Na frente de várias testemunhas, ele me venceu com 2 movimentos com seu bíceps direito, enquanto mastigava tofu como se fosse chiclete. Ele continuou me olhando, com aqueles olhos que pareciam ter sido coloridos com aditivos sobrenaturais. Eu fiquei impressionado principalmente com as tatuagens que apareciam através da camiseta vermelha com o logo do RHCP.

Pensando sobre isso, quantas tatuagens você já desenhou?
Acho que umas 10, entre tigres, pássaros, carpas. Eu levo comigo o meu zoológico, meus animais me fazem companhia e eu nem tenho que alimentá-los, nem pegar algo com um saco plástico. Em vez disso, posso organizar uma exibição de arte com meu corpo, você não acha?

Você irá remôve-las, quando for ficando mais velho? Elas podem te constranger.
Um rock star nunca envelhece. Constranger? Uma tatuagem não é nada, considerando que somos uma banda que subia ao palco pelados, com somente meias…

Ok, você acha que é eterno. Mas para contrariar os efeitos do tempo, você ainda adota algum tipo de estratégia?
Eu sou vegetariano desde os anos 80, e recentemente vegan. Um dia eu vi o abate de uma vaca. Os animais tem que passar por várias atrocidades para satisfazer o apetite de pessoas gordas que comem hamburgueres.

O que o Rock N Roll significa para você?
É como surfar em Malibu. Uma vez que você experimenta, você não consegue parar. Há ondas altas e grandes, as vezes você tem que esperar na prancha, as vezes você consegue escutar elas chegando, ou elas te arrastam inesperadamente. É energia pura. Um belo dia, há alguns meses, um garoto parou na minha frente e disse: "I'm with you, I'm with you" (eu estou com você, eu estou com você). Eu escolhi essas palavras como título do álbum. Isso é rock.

Dos grandes artistas do passado, com quem você gostaria de tocar?
Iggy Pop e os cantores do Psycho Sluts, Deep Purple, The Turtles. E Blondie. Anos 60, 70, 80, tenho todos eles no meu iPod.

O que você odeia sobre a vida em turnê?
Que eu não possa tomar café da manhã com meu filho. Ele sempre pede para contar histórias, mas ele fica bravo se elas são curtas. Quando estou por perto, eu ligo para ele assim que ele acorda, mas não é a mesma coisa.

Como você administra seu relacionamento com Everly, considerando que você está sempre em turnê?
Não, não é verdade, eu não estou sempre em shows. Everly é uma magia, sempre me pergunto como que alguém tão bom quanto ele, pode ser meu, considerando todas as confusões que tive em minha vida. Eu tento educá-lo da melhor maneira possível e passar bastante tempo com ele. Desde que tive ele, não posso permitir mais erros. No entanto, crianças tem que crescer com liberdade e respeito em suas atitudes naturais. Aos 11 anos, eu fui enviado para uma escola para me tornar um biólogo marinho numa ilha nas Bahamas, mas quando disse ao meu pai que eu queria ser um músico, ele me incentivou.

Como você consegue fazer turnê por 1 ano sem nenhuma pausa?
Eu treino, corro, faço yoga (o Vispassana, uma forma popular de meditação indiana). O budismo me ajuda a ter uma relação saudável com meu corpo e espírito. Embora, que já tenha me acostumado a fazer turnê. Se você fizer os cálculos de quantas noites eu passei em hotéis na minha vida, você tem que multiplicar por 100 o número de tatuagens que eu tenho.

O que você faz nos seus dias de folga?
Eu leio, especialmente Cormac McCarthy. Sua Border Trilogy é adrenalina para mim. Vou em busca de pinturas de Robert Willians (artista californiano e cartunista que desenha imagens psicodélicas, inclusive em pranchas), eu tenho uma coleção inteira. E se eu não tiver nada para fazer, eu durmo.

Você é amigo do Flea desde a época de escola na Fairfax em Los Angeles. Como que vocês ainda são unidos?
Para mim, ele é o irmão Flea. Tivemos algumas brigas com drogas no passado. Mas o nosso segredo é o basquete, somos fãs dos Lakers, mesmo não tendo mais os lugares ao lado do Jack Nicholson, e tendo que assistir na tv. Você sabe que fomos os primeiros a fazer o “balconing” (pular de uma sacada/janela em uma piscina), que é moda hoje em dia. Nós pulávamos na piscina de janelas de prédios.

Você está conectado com seu pai John (ator, com o nome de Blackie Dammet e músico como Spider, que estava frequentemente com problemas por posse de drogas, e também acusado de ajudar o filho a começar com maconha e cocaína). Você realmente se importa com o julgamento dele, o que é estranho considerando ser uma estrela do rock que quebra regras por definição.
Se você falar com meu pai, depois de 5 minutos, você irá perceber que tipo de pessoa ele é, cujo melhor amigo era Sommy Bono, que frequentava a casa de Marlon Brando e conhecia a melhor músia dos anos 70, quando as drogas e a bebida eram algo legal. Ele costumava me levar aos arredores da Califórnia com seu "Austin Healey". Ele era um cara psicodélico. Sua biografia vai ser lançada esse ano, apesar de que agora ele fica respondendo nossos fãs no Facebook.

Hoje em dia, qual a relação que você tem com as drogas?
Eu não uso drogas e nem bebo desde 2000, e devo dizer que não penso mais nisso, como todas as pessoas que eram viciadas e tem dinheiro – eu sei que isso pode levar à tentação. Eu comecei quando tinha 11 anos. Uma vez, roubei o carro da minha mãe e bati depois de dirigir loucamente à 140km/h. Mas nem essa lesão cerebral traumática me fez perceber que eu estava esmagando meu cérebro com heroína.

É difícil para um rock star se manter limpo?
Eu já estava em 1998, quando parei depois da morte do nosso guitarrista Hillel Slovak, que morreu de overdose. Não usei drogas por 5 anos, mas aí tive uma recaída. E eu também fumava quase tudo. Todos os dias era uma batalha para se recuperar, que lutei pelo meu filho e por mim.

Você sempre dá o clima para a banda. Você sempre cria seus próprios cortes de cabelo?
Eu mesmo faço. Eu não sou uma mulher que vai ao cabeleireiro. Eu tenho alguma experiência com isso. Também uso óculos grandes e coloridos, que ajudam a enxergar melhor. O bigode e o cavanhaque me deixam com um look intelectual.

Você se apaixona facilmente?
É difícil reconhecer o amor verdadeiro, aquele que você sente pela outra pessoa, quando há anos meninas, até mais do que uma por noite, iam escondidas em nossas camas dispostas a fazer de tudo, sexo grupal inclusive – somente para ficar com Anthony Kiedis do Red Hot…

Você está dizendo que isso não acontece nas turnês atualmente?
Com certeza, só lembrando dos shows que tivemos no passado.

Então ainda há groupies que andam com você atualmente?
Sim, elas são mais velhas agora. Embora, hoje em dia eu aprecie mais o sexo, no passado eu usava tanta droga que era difícil lembrar os rostos das garotas com quem eu dormia.

Você tem alguma ideia do número de garotas que dividiram a cama com você?
Mais uma vez, você tem que multiplicar por 100 minhas tatuagens.

Até mesmo um rock star pode encontrar uma pessoa fora da rotina sexual, por quem possa se apaixonar. Você recentemente andou saindo com a cantora inglesa Beth Jeans Houghton..
Os estereótipos em mim – especialmente o de um cantor drogado que só pensa em levar garotas para a cama – são difícieis. É raro uma garota que pensa além disso e vê a pessoa depois de toda essa fama, mesmo que no passado eu tenha dado motivos para isso. Para o resto, sem comentários.

Como aquele com a Cher, quando você era mais novo?
Meu pai pediu à ela para ser minha babá, em uma noite. Ela foi ao banheiro para se trocar. Eu já era curioso, então pedi para ir junto e ver ele se trocando. E aí, fomos para o meu quarto e fizemos sexo. Eu tinha 13 anos.

Qual é atualmente o estado da sua mente, alguns meses antes de fazer 50 anos?
Feliz! Como ainda somos uma banda em boa forma – olha esses músculos: eles ainda são como o de um adolescente. Você quer uma revanche na queda de braço?

Ok. Embora eu queira que você use o braço com o Koi Fish, não o do Tigre.
O esquerdo? Que covarde!


7 Pecados com Anthony Kiedis

1 – Vaidade
Ele pretende passar seus últimos dias na Lituânia. "O único país onde você envelhece com dignidade". Embora ele tenha comprado um palacete na Nova Zelãndia.

2- Avareza
Ele tem falado sobre a biografia Scar Tissue, o qual ele não gosta de falar muito. E até mesmo proibiu sua família e seu filho de ler. "Muito pessoal, tenho vergonha".

3- Luxúria
Ele perdeu a virgindade aos 11 anos, numa festa organizada pelo seu pai, onde ele entrou escondido. Sua "iniciadora" tinha 18 anos. Ele define essa experiência como: "Mais informativo do que um ano inteiro de escola".

4-Inveja
Alguém como ele (que também já usou so uma meia no pênis) disse que ficou emocionado com o filme do Justin Bieber. “No avião, eu assisti Never Say Never e chorei duas vezes. Quero que o mundo saiba disso”.


5- Gula
Ele é um inesperado mágico da cozinha. Ele ganhou a atual namorada, Beth Jeans, graças a um jantar vegetariano.

6- Ira
Ele se envolveu em uma briga no desfile de Jenny Kayne, em Los Angeles. O que deixou ele com raiva. foi não ter acesso ao backstage. Foi preciso 8 seguranças para segurá-lo.

7- Preguiça
Ele foi viciado em pornografia virtual por 3 anos. O relacionamento com Heather Christie ajudou ele com isso, e fez com que ficasse fora do computador.

Agradecimentos: Stadium-Arcadium e Site RHCP Brasil pela tradução.

sexta-feira, 29 de junho de 2018

Blood Sugar Sex Magik - "Guitar Player" (Outubro/1991)

Eu gosto de manter as coisas simples. Aqueles amplificadores da Mesa/Boogie não me agradavam. Durante a maior parte dos conceitos básicos das músicas eu usei dois Marshalls: um cabeçote para guitarra e outro para baixo - para obter um som bem equalizado. Eu dividi o sinal com um pedal DOD stereo chorus [Nota JF effects: DOD Stereo Chorus FX65]. Para alguns overdubs eu usei um amp Fender H.O.T. Mas para um monte de partes, até mesmo solos, eu só usei a mesa de gravação. Você pode obter sons incríveis assim, tons funk desse jeito. Na verdade, muito da minha distorção é do meu overdrive são da mesa de gravação.

Minha guitarra principal foi uma Fender '58 Strat, embora eu usei uma reedição da Gibson Les Paul em algumas coisas. Eu também tenho um '57 Strat, que alguém estragou, colocando aquelas grandes trastes estúpidos que todo mundo usa hoje em dia. Eu vomitei e disse para eles então que fizessem dela uma fretless. Foi ela que eu usei para o solo de “Mellowship Slinky”. Algumas pessoas pensam que os trastes grandes ajudam no vibrato, mas eu faço questão de usar o minimo de vibrato possível, entanto eu poderia utilizar mais isso se tivesse tempo, e um cabelo preto comprido. E eu não uso qualquer whammy bar.

É uma Coral Electric Sitar em “Blood Sugar Sex Magik”, e eu usei um antigo Lap Steel da Gibson para o solo no início da música “The Righteous and The Wicked". Meu violão é um tanto quanto novo é um Martin com cordas de aço. Mas a minha guitarra favorita no mundo é a minha velha e fodida Fender Jaguar. As cordas são todas duras, e a porcaria das notas se estranham quando você executa um bend. Eu a usei para escrever a maioria das músicas, e eu me tornei realmente ligado a ela.

Meus únicos efeitos são um EHX Big Muff e um wah-wah da Ibanez [Nota JF effects: Ibanez WH-10]. Eu gosto desse Ibanez, porque você pode fazer ajustes sem desmontá-lo, e ele tem uma configuração de baixo que soa mais como um envelope filter do que um wah. Eu usei isso em "Naked in the Rain".

"Guitar Player" - Outubro/1991

NOTA:
Além dos pedais citados por John Frusciante na Guitar Player - os seguintes pedais foram utilizados:

- Boss DS-2 Turbo Distorcion*
- Boss CE-1 Chorus Ensemble*
- Boss OD-2 Turbo Overdrive*
- DOD  FX-65 Stereo Chorus
- Electro-Harmonix Memory Man Deluxe*
- MXR Dyna Comp

- Os pedais que contém asteriscos (*) foram parcialmente reconhecidos através de imagens sem a nitidez precisa - ou foram colocados em base a relatos de fãs em diversos fóruns com esse intuito.

Agradecimentos:

Vintage Guitar: Guitarras favoritas do John Frusciante

Outtakes de uma seção de fotos que o John fez em 2009 para Vintage Guitar. Em destaque algumas das guitarras preferidas do John.

[...] Frusciante recentemente terminou seu último disco solo, The Empyrean - Um álbum conceitual no qual ele usou uma vasta gama de equipamentos vintages¹. Ele estava feliz em explicar seu processo criativo para a gravação das faixas e graciosamente permitiu à Vintage Guitar total acesso para olhar muitas das suas guitarras favoritas. Embora ele não se considere um colecionador, ao longo de anos Frusciante adquiriu um impressionante arsenal de instrumentos, preferindo as Stratos pré-CBS como sua escolha de guitarra tanto em palco, como em estúdio.


Fotos por Neil Zlozower:

Frusciante MainFender Stratocaster
St. George XK121969 Gibson Les Paul Custom
Gretsch White FalconRickenbacker 365 Deluxe
Gibson ES-175Gibson ES-335
ender Stratocastersmid '50
61 n Fiesta Redhis 1962 Fender Jaguar
Martin 0-15Circa 1961 Gibson SG/Les Paul Custom
Fender Bass VIPrecision Bass

Como você descreveu, há muitas atmosferas diferente, e soa como se houvessem diferentes montagens para cada canção. O que você estava usando para alcançar os sons?
John Frusciante: Tão amplamente como guitarras e efeitos, em todas as minhas gravações solo no passado, eu nunca usei o mesmo artifício que eu uso nos Chili Peppers. Nos Chili Peppers, eu sempre tenho uma Marshall Major, Marshall Jubilee, e minhas velhas Fender Stratocasters. Minha Strat principal é uma Sunburst ’62, minha segunda favorita é uma Sunburst ’57 (nota da edição: colocações sugerem que a Strat é na verdade uma ’55) e minha terceira é uma Red ’61. É interessante, a relação entre o tom quando você toca uma guitarra elétrica acusticamente e quando você toca através de um amplificador. Há definitivamente uma correlação entre como ele soa acusticamente e como ele soa através de um amplificador. Esta é minha guitarra de som mais acelerado, acusticamente e plugada. É muito acerca da maneira como ele vibra quando você toca notas diferentes. Naquela guitarra, há certas lamúrias onde você ouve um som refletido [não consegui traduzir essa frase melhor que isso]. Ela tem que fazer com as origens no passado, mas é interessante como algumas guitarras têm certos pontos de acesso nelas e certos locais parece que vibram mais que outros. É tudo coisa que dá a ela personalidade. Eu gosto de trabalhar e explorar coisas assim. Ela te dá um caminho para a viagem ao invés de apenas ter todas as opções e nenhum lugar para ir. É como ter uma liberdade sem limites, mas não saber o que fazer com ela.

Então as guitarras deste álbum foram uma daquelas três Strats e, nas partes acústicas, um Martin todo-mogno. Para amplificadores, eu estava usando ambas Major e Jubilee. Eu usei um Fender Bassman em umas poucas coisas também. Nos últimos anos eu busquei profundamente o que eu posso fazer com uma Marshall e uma Strat, tão amplamente quanto feedback, tom, e coisas como pedais wah. Pelo fato de estar entre sintetizadores, eu comecei a aproximar as ferramentas na configuração básica de uma guitarra com distorção, wah, barra whammy, e amplificação. Eu comecei realmente a procurar aquilo como parâmetros, assim como knobs em um sintetizador. Apenas há maneiras de produzir sons diferentes. Para este, eu quis usar o mesmo mecanismo que uso nos Chili Peppers, porque esta é a parte de mim que eu tenho posto no maior tempo de desenvolvimento.

Fonte: Universo Frusciante

Review: Gravações e composições do álbum "The Uplift Mofo Part Plan"

Matéria publicada em abril de 2014 aqui no blog.


Trechos do livro "Scar Tissue, a vida alucinada do vocalista dos Red Hot Chili Peppers" (2004), ao qual Anthony Kiedis falou sobre momentos da gravação e composição do álbum "The Uplift Mofo Party Plan".

De acordo com o vocalista Anthony Kiedis, o processo de composição do álbum começou  depois de uma nova onda de entusiasmo de sua nova vida. Decidiu escrever uma canção sobre sua experiência de reuniões, de ficar limpo das drogas e da batalha ao vício das drogas. Anthony pegou um bloco de papel, olhou para as nuvens pela janela do avião e começou a escrever uma música ao qual retrata muito bem sua luta contras as drogas. Foi aí então que surgiu a música "Fight Like A Brave".

Pronto para voltar ao trabalho, Anthony Kiedis sentou ao lado do produtor Michael Beinhorn e começou a analisar as canções. Deveria entrar no estúdio e fazer as faixas básicas do álbum em dez dias. E não foi um processo cansativo, pois segundo o vocalista, na época bastava fazer doze canções para um disco.

Quando a banda trabalhou na música "Fight Like A Brave", o produtor Beinhorn colocou um coro de torcida de futebol cantando atrás. "Me And My Friends" Anthony escreveu enquanto viajava de San Francisco para Michigan com seu amigo Joe Walters. "Funky Crime" foi resultado de uma descrição lírica de uma conversa que Anthony teve com George Clinton, no qual ele afirmou que a música em si não fazia distinção de cor, mas a mídia e as rádios a segregavam conforme as ideias que faziam dos artistas. "Backwoods" era sobre as raízes do rock and roll e "Skinny Sweat Man" era uma ode de Hillel Slovak. "Behind The Sun" foi uns crescimento definitivo para a banda. Hillel fazia um riff melódico incomum e Beinhorn  achou que a música podia estourar.

A música "Party On Your Pussy", segundo Anthony Kiedis, retratava sua reputação na época, ao qual a gravadora EMI se recusou a colocar no disco até a música ter mudado de nome para "Special Secret Song Inside". Anthony ainda disse que nem todas as músicas eram grosseiras. "Love Trilogy" tornou-se uma das favoritas do vocalista. A canção começava como um reggae e depois entrava num funk pesado e acabava em speed metal. Durante anos, quando alguém questionava as letras do Red Hot Chili Peppers, Flea dizia "Leia 'Love Trilogy' e vai saber o que é uma letra de verdade". Fala sobre amar coisas que não são necessariamente perfeitas ou amáveis.

Anthony Kiedis disse que as canções do álbum eram incríveis. Hillel Sloval estava em chamas, todos da banda estavam apaixonados pela gravação no porão da Capitol Studios, outro incrível monumento histórico da música em Hollywood e Beinhorn trabalhava intensamento no álbum. 



Anthony Kiedis ainda conclui que gravar o disco foi maravilhoso. Jack Irons tinha acabado de voltar a banda e dava um elemento diferente e importante à química da banda. Hillel, Flea e Anthony eram os caras maníacos obcecados e Jack Irons era o cara íntegro, trabalhador, alegre e compreensivo. Quando chegou a hora de gravar os vocais, Anthony usou Hillel como seu produtor. Cada vez que fazia um vocal, ambos achavam que estava descobrindo algo novo e que essas eram as melhoras coisas que tinham gravado. Hillel ficava em êxtase, dizendo: "Essa é a coisa mais maravilhosa que já fizemos".

quinta-feira, 28 de junho de 2018

Curiosidades RHCP: Guitarra utilizada por John Frusciante no clipe "Can't Stop"

Ao longo dos dias, será postado aqui no Blog RHCP Brasil curiosidades do Red Hot Chili Peppers ao longo de toda história da banda, contando também um pouco de curiosidades dos membros e ex-membros da banda.

A próxima curiosidade é da guitarra utilizada por John Frusciante no clipe "Can't Stop" ao qual o próprio John comentou:


Atentos observadores podem terem ficados surpresos ao ver John empunhando uma Fender Toronado no vídeo de "Can't Stop". "Sim, o diretor me pediu para tocar com ela, apenas por causa da cor", esclarece John. "Eu não toco guitarra a menos que elas sejam dos anos sessenta ou antes disso, então eu não iria tocar com ela, mas parecia tudo certo para mim. Achei que a forma com que ela foi usada é muito legal. Ele só queria que eu a usasse por causa da cor e ele foi um ditador ao invés de um diretor, então eu realmente não discuti com ele!" 

*A guitarra que John Frusciante usou durante as filmagens é - ao melhor - foi uma Fender Toronado '98 Deluxe Series. 

Guitarist Magazine - Junho/2003

Texto via John Frusciante effects

06 anos de lançamento do clipe de "Brendan's Death Song"

Hoje, 28 de junho de 2018, completa 06 anos de lançamento do clipe de "Brendan's Death Song".
O Red Hot Chili Peppers lançou mundialmente o clipe da música "Brendan's Death Song" no dia 28 de junho de 2012. A faixa é o quarto single lançado do álbum I'm With You , décimo álbum de estúdio da banda.
Vídeo clipe de Brendan's Death Song
O vídeo clipe de Brendan’s Death Song foi gravado na cidade de New Orleans no dia 21 de maio de 2012. O vídeo foi dirigido por Marc Klasfeld, que também dirigiu os vídeos de música para The Adventures Of Rain Dance Maggie e Monarchy Of Roses.
Dedicação a Brendan Mullen
A música e o clipe é dedicado a Brendan Mullen, que era um amigo de longa data do Red Hot Chili Peppers e um dos promotores musicais primeiros a tomar conhecimento da banda. Em 1983, Anthony Kiedis e Flea visitaram a Lingerie Club, em Los Angeles, no meio do dia e encontraram Brendan. Ele ouviu a fita enquanto os dois dançavam ao redor dele para transmitir a energia que eles tinham e que queriam mostrar. Brendan ofereceu que abrissem o show dos Bad Brains.
Além disso Mullen estava trabalhando com Blackie Dammett na biografia The Red Hot Chili Peppers: An Oral/Visual History, quando ele morreu de repente, depois de sofrer um derrame em 2009 e foi incapaz de concluir os trabalhos sobre o livro, que foi concluido por sua companheira Kateri Butler e o designer e músico John Curry.
Composição
Sobre a composição, Anthony falou: "Coincidiu de Brendan ter morrido bem no dia que teríamos o primeiro ensaio com Josh Klinghoffer. Eu estava dirigindo de casa em direção as montanhas de Santa Monica quando recebi uma mensagem dizendo que Brendan tinha morrido de um acidente vascular cerebral bem no dia de seu aniversário.
Quando cheguei ao ensaio, falei para o pessoal da banda que tínhamos acabado de perder esta pessoa maravilhosa. E então começamos a tocar sem falar nada. Provavelmente, depois de eu ter dado a notícia, a segunda coisa que saiu daquela jam foi a base para a canção de Brendan's Death Song'. Kiedis disse que a música tem a sensação de uma marcha de morte, mas em última análise, “a música é mais uma celebração do que uma chatice."

Versões dos clipes
A duração da música na versão em vídeo é editado em mais de 2 minutos (em comparação com a versão do álbum.) No entanto, o baterista Chad Smith confirmou na sua página no Twitter que seria lançado um vídeo com um tempo maior. Vejam os dois clipes da música:


Red Hot Chili Peppers - I Get Around (Beach Boys) [Live, MusiCares - USA, 2005]

No ano de 2005, o Red Hot Chili Peppers fez uma homenagem ao Brian Wilson, fundador do grupo Beach Boys, fazendo a performance um cover da música "I Get Around".

A apresentação foi no MusiCares, um evento anual em homenagem a contribuições musicais e trabalho humanitário. Os Backstreet Boys, John Legend, Barenaked Ladies, Shelby Lynne, Michael McDonald, Red Hot Chili Peppers e mais artistas cantaram clássicos do Beach Boys durante uma gala repleto de estrelas em homenagem ao Brian Wilson no MusiCares ® Person of the Year 2005.

quarta-feira, 27 de junho de 2018

Review: Chad Smith & Ian Paice - Modern Drummer Festival 2005

Em 2005, o festival mais prestigiado de bateria do mundo mudou-se para o espectacular New Jersey Performing Arts Center (NJPAC), e a combinação de talentos de classe mundial e instalações de classe mundial levantou a barra para todos os festivais de bateria no planeta.

Os bateristas Chad Smith (Red Hot Chili Peppers) e Ian Paice (Deep Purple) fizeram uma apresentação incrível neste festival. Abaixo o vídeo da apresentação:

  

segunda-feira, 25 de junho de 2018

Hillel Slovak: My lovely Man!

Hoje, 25 de junho de 2018, se completa 30 anos da morte de Hillel Slovak.

Hillel foi encontrado no dia 27 de junho de 1988, morto no seu apartamento na Califórnia. Segundo a autopsia sua morte foi determinada dois dias antes, no dia 25 de junho, por overdose de heroína.

Hillel tentava se afastar das drogas e um dia antes de sua morte, no dia 24 de junho, Hillel ligou para seu irmão e contou a ele sobre sua dificuldade para se manter longe da heroína. Sua última gravação junto com a banda foi o cover da música Fire, que está nos álbuns The Abbey Road E.P. e no Mother's Milk.

Em seu livro Scar Tissue, Anthony Kiedis conta como foi passar por esse momento. Ele não compareceu ao enterro por não aguentar lidar com a morte do amigo tão querido. Dias após a morte de Hillel, Jack Irons sai da banda e Anthony vai parar em uma clinica de reabilitação. Cerca de duas semanas após entrar na reabilitação, Anthony é levado a uma visita ao cemitério onde Hillel estava enterrado. Ele diz: “Fomos até a parte judia do cemitério Forest Lawn e caminhamos até encontrar o túmulo de Hillel. Não havia lápide, apenas uma placa comum na grama cuja inscrição era algo simples como: ‘Hillel Slovak. Devotado filho, irmão, amigo e músico’”. 

Veja a imagem dessa lápide do túmulo de Hillel Slovak abaixo:



Homenagem no Rock And Roll Hall of Fame 2012:


No dia 14 de abril de 2012, o Red Hot Chili Peppers foi induzido na cerimônia do Rock and Roll Hall of Fame 2012, em Cleveland, EUA. Além de várias homenagens para integrantes e ex integrantes, o grande homenageado da noite foi o eterno e amado guitarrista e um dos fundadores do Red Hot Chili Peppers, Hillel Slovak! 

James Slovak estava representando seu irmão, Hillel Slovak cuja guitarra agora faz parte do museu do evento. Seu discurso foi muito sublime e emocionou a todos. Anthony Kiedis também discursou muito sobre Hillel e partes do seu passado (citando a época em Fairfax, onde conheceu Flea e tudo começou).

Hillel Slovak ficará para sempre em nossos corações, por ser tudo o que foi, um excêntrico guitarrista que marcou a história dos Red Hot Chili Peppers!

sábado, 23 de junho de 2018

Red Hot Chili Peppers - Jam + Pink As Floyd [tease] live @ Los Angeles, CA - 2012

Durante o show do Red Hot Chili Peppers em Los Angeles, Califórnia no dia 11 de agosto de 2012, a banda fez um tease da música "Pink As Floyd", uma das b-sides da "I'm with You Sessions".

A música "Pink As Floyd" foi lançada oficialmente no dia 04 de janeiro de 2013 e faz parte da “I’m Beside You”, uma edição limitada de duplo vinil LP ao qual apresenta 17 b-sides gravadas durante a “I’m With You Sessions”, lançado anteriormente como 7 “singles.

Vale a pena ver a performance:


Review: Anthony Kiedis relembrou momentos de John Frusciante no Red Hot Chili Peppers (Nov/2014)

Matéria publicada em dezembro de 2014 aqui no blog.

Durante a presença do vocalista Anthony Kiedis no Barnes & Noble Union Square em New York para divulgar o livro "Fandemonium" juntamente com David Mushegain, Anthony Kiedis falou sobre diversos temas, entre eles que Rick Rubin não será o produtor no novo álbum dos Chili Peppers e falou também sobre o ex guitarrista da banda, o memorável e querido guitarrista John Frusciante.

"Deveria ter sido extremamente difícil, mas foi muito fácil. Havia algo nele que estava além do fã típico, porque ele também era fã de muitos outros músicos, nós não éramos seu foco principal. Nós éramos um dos tantos artistas que o inspiravam para criar música das mais diferentes maneiras que ele havia estudado, mas ele havia feito o mesmo com Frank Zappa e tantos outros. Quanto mais o conhecia, mais aprendi sobre a profundidade do seu conhecimento musical. Ele não era vivo tempo o suficiente para aprender sobre tudo aquilo, mas aprendeu. A transição foi que nós éramos indivíduos arrogantes naquele ponto de nossas vidas, jovens, estúpidos, rudes e egoístas."


"Éramos pequenos idiotas, para falar a verdade, e depois crescemos, e ainda bem que as pessoas não nos largaram. Mas ele tornou tudo fácil, divertido, ele era um verdadeiro estudante de música e arranjos. Eu só precisava lhe mostrar uma ideia minúscula para uma música, tipo 'eu tenho esse verso, tenho essa melodia,' e ele falava, 'ótimo! vamos para o quintal e terminamos a canção.' De alguma maneira essa barreira dele ser um fã não existia, ela desapareceu assim que nos cumprimentamos e começamos a tocar."

Em relação à dificuldade de Frusciante em encarar a fama, de certa forma, repentina, o vocalista justificou: 

"Ele era jovem, bonito, talentoso e de repente tinha algum dinheiro no bolso. Eu acho que esse nível de adoração é difícil para seres humanos, eu não acho que ninguém receba essa quantidade de adoração e lide bem com ela. É estranho, você se torna egoísta, cheio de si, porque todo mundo está te dando atenção. Não tem como ninguém lidar direito com isso. Algumas pessoas acabam morrendo por causa disso, como jovens atores, 'você é o melhor de todos os tempos. Oh – você passa pela puberdade então.' É algo muito difícil, e acho que foi difícil para John, acho que o acertou de maneira pesada."


"Não acho que ele tenha sido preparado para tudo isso, tanta coisa ficou estranha e mudou tão rápido. Fizemos muito em pouco tempo, e tudo se evaporou rapidamente, aí ele voltou e fizemos mais um monte de coisas.Nós claramente fomos feitos para compor música juntos, e escrever letras juntos, e ter as experiências caóticas que tivemos. Sempre serei grato e irei me considerar um homem de sorte por ter conhecido essa pessoa com quem eu posso sentar para escrever músicas de uma maneira tão fácil."

Agradecimentos: Alternative Nation e radiocidade.fm.