quarta-feira, 31 de outubro de 2018

Review: Red Hot Chili Peppers live @ Madison Square Garden, New York - 1996

Red Hot Chili Peppers live @ Madison Square Garden, New York, foi um show realizado pela banda durante a turnê do álbum "One Hot Minute" no ano de 1996. No vídeo abaixo podemos ver cenas inéditas do backstage e apresentações de algumas músicas tocadas no show.


O show é considerado por muitos fãs como um dos melhores já feitos pela banda. O set list teve bastantes surpresas, com o cover da música  Sound And Vision do David Bowie,  o cover de Come As You Are do Nirvana e o cover de I Wanna Be Your Dog do Iggy Pop. Outro ponto forte do show foi a energia de toda a banda, com destaque na apresentação da música Give It Away.

Set list:

1. Freaky Styley Jam 
2. Jam/Suck My Kiss / What Is Soul?Jam 
3. Give It Away 
4. Aeroplane 
5. Warped 
6. Walkabout 
7. Come As You Are Intro 
8. Backwoods 
9. My Friends 
10. Sound And Vision 
11. Higher Ground 
12. Pea 
13. Coffee Shop 
14. One Big Mob 
15. Under The Bridge 
16. Me And My Friends 

Encore: 

17. Deep Kick 
18. I Wanna Be Your Dog / Feedback Jam 
19. Nevermind

Red Hot Chili Peppers - I Get Around (Beach Boys) [Live, MusiCares - USA, 2005]

No ano de 2005, o Red Hot Chili Peppers fez uma homenagem ao Brian Wilson, fundador do grupo Beach Boys, fazendo a performance um cover da música "I Get Around".

A apresentação foi no MusiCares, um evento anual em homenagem a contribuições musicais e trabalho humanitário. Os Backstreet Boys, John Legend, Barenaked Ladies, Shelby Lynne, Michael McDonald, Red Hot Chili Peppers e mais artistas cantaram clássicos do Beach Boys durante uma gala repleto de estrelas em homenagem ao Brian Wilson no MusiCares ® Person of the Year 2005.

Review: Red Hot Chili Peppers live at Big Day Out (2000)


Big Day Out (BDO) é um festival de música que ocorre todos os anos, efetuado em diversas cidades da Austrália e Nova Zelândia, em fins de Janeiro.

Começou em Sydney em 1992, tendo-se espalhado mais tarde para Adelaide, Melbourne e Perth em 1993, tendo Gold Coast e Auckland se juntado em 1994. Em 2003, tinha sete a oito palcos (dependendo do local) acomodando música rock, electrónica e bandas internacionais e locais.

O Red Hot Chili Peppers se apresentou no ano de 2000, durante a turnê do álbum Californication.

Setlist:

1. Around The World
2. Give It Away
3. Untitled #11 (John Solo)
4. Crowd Control
5. Scar Tissue
6. Jam
7. Suck My Kiss
8. If You Have To Ask
9. Otherside
10. Skinny Sweaty Man
11. Your Pussy's Glued To A Building On Fire
12. I Could Have Lied
13. Easily
14. Californication
15. Right On Time
16. Under The Bridge
17. Me And My Friends

Encore :

18. Soul To Squeeze
19. Power Of Equality

Vídeo no YouTube:

terça-feira, 30 de outubro de 2018

Curiosidades RHCP: Música "Bunker Hill" foi tocada no ano de 1998

Ao longo dos dias, será postado aqui no Blog RHCP Brasil curiosidades do Red Hot Chili Peppers ao longo de toda história da banda, contando também um pouco de curiosidades dos membros e ex-membros da banda.

A próxima curiosidade é da música "Bunker Hill", música tocada nos shows do Red Hot Chili Peppers no ano de 1998, ao qual marca a volta de John Frusciante na banda.


"Bunker Hill" é uma canção composta para o disco Californication (lançado em 1999), mas acabou sendo cortada e depois quatro anos foi lançada como o lado B do single "Fortune Faded".

A música apareceu em alguns setlists no ano de 1998, Bunker Hill era uma das pouquíssimas novidades do até então, quase pronto "Californication". No final das contas, a banda acabou retirando-a das 15 faixas escolhidas para integrar o sétimo álbum.

Em comparação, a gravação de estúdio apresenta algumas diferenças da versão ao vivo, um exemplo é a linha de percussão que foi acrescentada. 

Texto via: facebook.com/ChiliPeppersbr 

 Bunker Hill - B-Side de "Fortune Faded"  

Bunker Hill - live @ Stockton, California (1998) 

Red Hot Chili Peppers - Making of "Breaking The Girl"

De acordo com o guitarrista John Frusciante: "Quando gravei 'Breaking the Girl' eu ouvia muito Led Zeppelin, especialmente a música 'Friends' e toquei com uma viola 12 cordas nela. Foi dessa musica que veio a idéia. E eu peguei os acordes do refrão do livro de Duke Ellington. Eu tentei aprender uma música que tinha no livro e usei três acordes dela, que tinha uns 50. Baseado nesses três acordes e mais algumas coisinhas, eu escrevi a música."

"Guitar Magazine" Alemanha - 2002

Siga a John Frusciante effects:

O vídeo a seguir foi retirado do documentário "Funk Monks" ao qual mostra o processo de gravação do álbum "Blood Sugar Sex Magik" no ano de 1991.


Red Hot Chili Peppers - Making of Breaking The Girl

  

segunda-feira, 29 de outubro de 2018

Red Hot Chili Peppers - Can't Stop (Live at Echo Awards 2003)

O Echo Awards é uma premiação da indústria musical que premia os destaques da música a cada ano. A primeira cerimônia Echo Awards foi realizada em 1992, e foi criado para honrar realizações musicais de artistas para o ano de 1991, sucedendo o Deutscher Schallplattenpreis que foram concedidos desde 1963. O Vencedor de cada ano é determinado pelas vendas do ano anterior. Os vencedores na categoria pop são anunciados em março; os vencedores na categoria clássica em outubro. 

O Red Hot Chili Peppers venceu no ano de 2003 na categoria de Melhor Rock Internacional/ Grupo Pop. Além da conquista, a banda fez a performance da música Can't Stop. Vale a pena ver:

Red Hot Chili Peppers - Jam + Pink As Floyd [tease] live @ Los Angeles, CA - 2012

Durante o show do Red Hot Chili Peppers em Los Angeles, Califórnia no dia 11 de agosto de 2012, a banda fez um tease da música "Pink As Floyd", uma das b-sides da "I'm with You Sessions".

A música "Pink As Floyd" foi lançada oficialmente no dia 04 de janeiro de 2013 e faz parte da “I’m Beside You”, uma edição limitada de duplo vinil LP ao qual apresenta 17 b-sides gravadas durante a “I’m With You Sessions”, lançado anteriormente como 7 “singles.

Vale a pena ver a performance:


domingo, 28 de outubro de 2018

Review: Entrevista do Chad Smith para a Rhythm Magazine - Out/2011

Matéria publicada em setembro de 2011 aqui no blog.

Chad Smith em nova entrevista de destaque na edição de outubro de 2011 do novo visual da Rhythm Magazine!

Chad Smith e o Red Hot Chili Peppers estão de volta com um novo álbum. A Rhythm Magazine falou sobre a gravação do novo álbum, seus vários projetos paralelos, sua nova marca de KIT de bateria, entre outros.

"Estou muito feliz com o som [sobre o álbum I'm With You] - os "grooves" são ótimos, e você sabe o quê mais? Este registro é diferente, e eu estou feliz, é diferente, mas ainda soa como nós mesmos" - Chad Smith

Fotos do scan:











sábado, 27 de outubro de 2018

Matéria: "Músicos que você deveria conhecer: John Frusciante"

Matéria publicada por Carlos Eduardo do site lounge.obviousmag.org.

Nunca foi um simples guitarrista, de uma simples banda. Sua introspecção e visão do universo ao seu redor cativou aqueles que tiveram o privilégio de ver por seus olhos, palavras e riffs o quanto enigmático e detalhista é ser um Ser Humano neste Universo.


John Anthony Frusciante, nova iorquino, nascido no dia 5 de Março de 1970. Homem de aspecto simples, mas rodeado de pontos de vista diferenciados. Aos 18 anos se torna guitarrista da aclamada banda Red Hot Chili Peppers. Por três vezes seu trabalho foi reconhecido entre os melhores guitarristas da história. O que torna esse "rockstar" diferente dos outros?


Há um bom tempo a indústria fonográfica percebeu que a grande massa consome o que lhe for servido. A quanto tempo você não vê grandes artistas nascendo em uma mesma época? É um ou outro que acaba ditando "o que é a música do momento". Tangenciando tudo isso há milhares de artistas que destilam suas almas em notas com a esperança de mostrarem um novo ponto de vista sobre o que é vivido e o que certamente se viverá, tudo isso às margens do que nos é apresentado pela mídia. John fora o Red Hot Chili Peppers possuí 14 álbuns gravados. Neles encontramos um resumo de sua existência até os dias atuais, uma vida regrada a heroína, a desilusão entre a expressão do que se sente gerando dinheiro e fama, a luta contra a heroína e a incompreensão, a imersão no auto conhecimento, a esperança e alegria dos primeiros resultados positivos sobre o viver, o declamar de conselhos para crises existenciais e muitos outras situações que vivemos todos os dias, mas censuramos porque não podemos sentir, disseram um dia que seríamos fracos se o fizesse.


Sua música mesmo com todo o teor introspectivo que já é comum de se encontrar, também possuí detalhes curiosos: ele é fanho. Dificilmente você acreditará se relembrar as músicas do Red Hot, mas lembre se que ele realizava a segunda voz e back vocals apenas. Com uma voz aveludada, palavras que sofrem a sair entre os dentes apenas agregaram em sua musicalidade, um feito para poucos. O que dizer sobre sua técnica como guitarrista? Poucos conseguiram colocar tanta energia, brilho e sentimentalismo em cada nota como ele. Muitas vezes o estilo de John é lembrado ao eterno Jimi Hendrix, acho que não é necessário mais nenhum comentário sobre.

A melhor forma de conhecer e principalmente sentir a música é ouvindo de mente e coração abertos. Abaixo deixarei mais algumas músicas deste notável músico e esperar que assim como eu o deixe cantar os acontecimentos da sua vida...


Para ver a matéria completa: Lounge.obviousmag.org

Vídeo: On The Road With Chad Smith of The Red Hot Chili Peppers

Vídeo publicado pelo canal Drum Channel no YouTube contendo imagens atuais do Chad Smith em turnê com o Red Hot Chili Peppers em 2012, além de entrevistas e muito mais.

Vídeo:

quinta-feira, 25 de outubro de 2018

#HappyBirthdayChadSmith


Hoje, 25 de outubro de 2018, nosso baterista comemora 57 anos!

Vale a pena ler um pouco da história e trajetória do nosso grande baterista, desde sua infância até o sucesso!

Início 
Chad Smith começou a tocar bateria aos 7 anos, enquanto vivia com sua família em Bloomfield Hills, Michigan. Chad Smith começou a ter aulas de bateria na 4 ª série. Enquanto crescia, o amor Chad Smith para a música foi estimulado por seu irmão Brad, mostrando-lhe bandas como Led Zeppelin e o Deep Purple, que tinha como baterista Ian Paice, que deixou uma impressão muito grande em Chad Smith, depois de assistir ao show da banda pela televisão escondido de sua mãe.

Com apenas 11 anos, Chad Smith já estava tocando com Brad na banda cover Conspiracy Rockin'. Eles tocavam The Doors e Led Zeppelin em bailes escolares. Depois ele passou a integrar diversas bandas do estado, como Tilt, Tyrant, Terence e E-Trian além de Toby Reed, com a qual gravou discos e saiu em turnê como ato de suporte para a banda Kansas, e tendo, durante todo esse tempo variados tipos de emprego paralelos de meio expediente para prover a garantia de seu sustento.

Durante seus anos de colégio, Chad Smith entrou em cena club de Detroit, Michigan, com bandas como Northstar. Depois de estudar na Andover High School, Chad Smith se matriculou na Lahser High School, onde ele finalmente se formou em 1980.

Início na carreira musical 
Segundo Smith, sua primeira grande experiência profissional foi trabalhar com Larry Fratangelo na banda Pharaoh: "Eu tinha chegado ao ponto da minha bateria, onde eu senti que eu era muito bom, mas eu realmente não sabia sobre a dinâmica e as construções de canções. Larry foi fundamental para abrir os olhos e ouvidos para essas coisas." A carreira de Chad Smith como baterista não ia a lugar nenhum rápido. Ele sonhava em tocar com um grande banda, mas as coisas não estavam indo seu caminho. Ele gravou Point Of Entry (1982) com a banda Pharaoh e In The Light (1986) com o grupo Toby Redd. A maioria do trabalho de Smith era da cena musical de Detroit. Eventualmente, Chad Smith decidiu se mudar para uma área diferente do país para perseguir suas aspirações musicais. Ele então se mudou para Los Angeles, Califórnia, onde ele prontamente entrou em uma escola de música.

Entrada ao Red Hot Chili Peppers 

Beirando os trinta anos, Chad Smith, descobriu que o Red Hot Chili Peppers estava fazendo um teste para novo baterista.

Na hora do teste Chad, que tem 1,91 de altura, reparou: "Esses caras são baixinhos'. Eu olhava para as capas dos discos deles e pensava: 'Esses caras vão ser uma tremenda banda de sucesso'. E então eu entrei lá e eles eram baixinhos, e eu muito mais alto que eles. Foi um pouco estranho". Ele descreveu o teste: “Criei e começamos a sacudir. Estávamos apenas improvisando. Eu não sabia que qualquer de suas canções e eles não se importam. Há uma química musical direita fora da batida.”

O teste correu bem. Os Red Hot Chili Peppers tinha encontrado o baterista. Segundo Flea, foi o melhor e mais barulhento baterista que ele tinha visto.

Projetos Paralelos 
Além do trabalho com os Red Hot Chili Peppers, Chad se destacou em álbuns do cantor e baixista Glenn Hughes, mais conhecido por ter sido membro do Deep Purple de 1973 a 76. Chad Smith tocou nos quatro últimos álbuns do músico, sendo que no seu primeiro trabalho com Hughes, Songs In The Key Of Rock Chad só trabalhou em uma faixa, "Get You Stoned", enquanto nos outros ele tocou em todas as faixas. Ele também tocou no álbum ao vivo de Glenn, Soulfully Live in the City of Angels. Chad aparece no clipe de "Love Communion", do álbum First Underground Nuclear Kitchen, de 2008.



Outro um projeto é o Chad Smith's Bombastic Meatbats, um grupo de rock instrumental fundado em 2008 por Chad, Ed Roth e Jeff Kollman quando eles participaram do projeto com Glenn Hughes. Depois o grupo adicionou Kevin Chown como baixista e lançou seu primeiro álbum, "Meet the Meatbats", lançado em 2009. O jornalista Greg Prato da Allmusic comentou:"o grupo especificamente volta o relógio aos anos 70, quando o rock instrumental foi baseado no funk e fusion". Ele também diz "Smith tem sido considerado um dos melhores bateristas do rock, eo álbum de estréia do Bombastic Meatbats só irá fortalecer sua posição." O segundo álbum, More Meat foi lançado em 2010.

Chad Smith também participou de diversas outras gravações, incluindo trabalhos solos de membros do Red Hot Chili Peppers: Trust No One de Dave Navarro em 2001 e Shadows Collide With People de John Frusciante em 2004. Em 2009, Chad participa do álbum da banda japonesa de Hard Rock B'z, intitulado de Magic. Fora da música se juntou ao ator Dick Van Dyke, e gravou um disco infantil, "Rhythm train", que também foi coproduzido por Smith que interpreta alguns personagens e toca bateria.


Com o Chickenfoot, banda formada pelo vocalista Sammy Hagar (ex-Van Halen e Montrose), o baixista Michael Anthony (também ex-Van Halen), o guitarrista Joe Satriani, Chad Smith gravou dois álbuns. O primeiro foi o Chickenfoot (2009) e o segundo foi o Chickenfoot III (2011).

Vida pessoal 
Os pais de Chad são Curtis e Joan Smith. Ele tem dois irmãos mais velhos, Bradley e Pamela. Em 8 de maio de 2004, em Hopetown, Ilhas Ábaco nas Bahamas, Smith se casou pela segunda vez com a arquiteta Nancy Mack, primeiro eles se casaram em 1994, mas eles se separaram em 1998. Eles têm dois filhos juntos, Cash Cole e Beckett e em março de 2012 estão esperando seu terceiro filho como foi anunciado por Smith em sua página no Twitter. Smith, Mack e seus meninos dividem seu tempo entre Malibu, Califórnia e Nova York. Smith tem 3 outros filhos de relacionamentos anteriores; a filha Manon St. John Smith com a primeira esposa, Maria St. John, a filha Ava Cadoso-Smith, e seu filho Justin Smith.

Chad é um fã obstinado do Detroit Pistons e adora jogar golfe, andar de moto, surf e assistir Saturday Night Live. Ele tem uma notável semelhança com o ator Will Ferrell e reconheceu a semelhança em várias entrevistas.

Chad Smith contribui regularmente para as seguintes organizações sem fins lucrativos: MusiCares, Surfer's Healing, uma organização que presta ajuda a crianças que enfrentam Autismo, Right Turn in Boston e Camp Korey.

Gravações com o Red Hot Chili Peppers e Rock And Roll Hall Of Fame 2012 







Chad Smith gravou todos os álbuns a partir do Mother's Milk (1989) com o Red Hot Chili Peppers desde então. O mais recente álbum é o "The Getaway" de 2016. Até o momento, o Red Hot Chili Peppers já venderam mais de 65 milhões de álbuns em todo o mundo. O grupo detêm o recorde de mais hits número um na Alternative Songs (12) e ganharam 6 vezes o Grammy Awards. No dia de 14 de abril de 2012, o Red Hot Chili Peppers entrou na história da música ao entrar no Rock And Roll Hall Of Fame.

#HappyBirthdayChadSmith



segunda-feira, 22 de outubro de 2018

Curiosidades RHCP: Flea e Dave Navarro participaram do álbum "Jagged Little Pill" da Alanis Morissette

Ao longo dos dias, será postado aqui no Blog RHCP Brasil curiosidades do Red Hot Chili Peppers ao longo de toda história da banda, contando também um pouco de curiosidades dos membros e ex-membros da banda.

Foto retirada do site http://entretenimento.uol.com.br

Há 20 anos Alanis Morissette lançava o disco "Jagged Little Pill"

O baixista do Red Hot Chili Peppers, Flea, e o então guitarrista da banda em 1995, Dave Navarro, fizeram parte das gravações da música “You Oughta Know” do álbum "Jagged Little Pill" da Alanis Morissette.

O site tenhomaisdiscosqueamigos.com fez uma excelente matéria comemorando os 20 anos de lançamento do álbum neste ano. Vale a pena conferir o trecho onde falam dos músicos que fizeram parte deste álbum e da turnê também:

Além de Alanis nos vocais e na gaita e Ballard como músico principal da maior parte das músicas, o disco da “estreia” para o mundo também contou com vários nomes de peso.

Dave Navarro (Jane’s Addiction, Red Hot Chili Peppers) tocou guitarra em “You Oughta Know” e Flea (Red Hot Chili Peppers) mandou ver no baixo na mesma canção.

Michael Landau (Michael Jackson, Pink Floyd, Miles Davis) tocou guitarra em “Forgiven”, Benmont Tench (Tom Petty And The Heartbreakers) tocou órgão em várias canções e Matt Laug (Alice Cooper, Slash) ficou com as baterias.

Apesar de ter entrado na banda para excursionar com o álbum, o baterista Taylor Hawkins, hoje no Foo Fighters, não participou das gravações do disco.

Matéria completa: Tenhomaisdiscosqueamigos.com

Alanis Morissette - You Oughta Know (OFFICIAL VIDEO) 

Review: Processo de gravação do álbum "Californication"

Detalhes sobre o processo de produção de Californication. Em uma entrevista feita em Dezembro de 1999, com o engenheiro de som Jim Scott.



Um novo álbum de enorme sucesso marca o retorno a forma do Red Hot Chili Peppers - e incrivelmente, é quase todo em mono. Engenheiro Jim Scott fala para Paulo Tingen sobre o processo de gravação e a abordagem direta de produção e mixagem da banda.


Há muitos sinais de que a "Californicação" do mundo está em plena atividade, mas recentemente tem havido um acessório importante para o controle global, na forma do mais recente álbum do ressuscitado Red Hot Chili Peppers. É o álbum mais bem sucedido da banda até à data, chegando a platina na Austrália, Nova Zelândia, Canadá, Japão e EUA, e ouro na Grã-Bretanha e quase todos os países europeus. Aparentemente, o título surgiu de uma visita do cantor Anthony Kiedis a Bornéu. Ele ficou surpreso a cultura local saturado de imagens da Califórnia, sejam elas de Coca-Cola, Marlboro e filmes de Hollywood, ou camisetas, posters, CDs e cassetes de bandas californianas, como o Red Hot Chili Peppers. Californication é, portanto, um título maravilhosamente previdente, e o duplo sentido é apropriado para uma banda que regularmente apimenta as suas letras, shows e vídeos com fantasias de sexo explícito.

Jim Scott
Claro, o funk, rock e rap de Los Angeles da banda conheceu o sucesso comercial antes, com seu álbum de 1991, Blood Sugar Sex Magik fixou-os no palco internacional. Foi também o primeiro com o lendário produtor Rick Rubin, que produziu Slayer, Danzig, os Beastie Boys e AC/DC, e que mais recentemente tem trabalhado com Donovan, Johnny Cash e Tom Petty. Em 1995, ele ajudou os Chili Peppers novamente com One Hot Minute, mas depois disso a banda caiu em relativa obscuridade, o guitarrista John Frusciante caiu em  auto-destruição induzida por drogas.

Quatro anos depois, várias quase-milagres aconteceram. Frusciante, que poucos acreditavam que iria sobreviver, agora está fora das drogas, tem um novo conjunto de dentes, alguns enxertos de pele nos braços e claramente ainda sabe tocar guitarra. Além disso, ele ressuscitou os Chili Peppers com Kiedis vocalista, Flea baixista e Chad Smith baterista. Seu álbum novo envolvente tem uma vibe rock de alta energia intercaladas com algumas baladas tocantes, das quais 'Scar Tissue' se tornou um sucesso monstro. Rick Rubin esteve mais uma vez na cadeira do produtor, com o engenheiro/produtor de Los Angeles Jim Scott nos controles.

Assim como Rubin, Scott, de 47 anos, tem uma impressionante longa lista de créditos para o seu nome, tendo trabalhado com Natalie Merchant, Lucinda Williams, Counting Crows, Tom Petty, Neil Young, Rolling Stones, os Finn Brothers, Robbie Robertson, Sting , Santana, Seal e Jewel. Scott fez um notável trabalho em capturar o som e a energia dos Red Hot Chili Peppers, resultando em um álbum contundente e de sonoridade corajosa. E aqueles que ouviram o álbum em detalhes devem ter notado algumas peculiaridades: a maioria está em bom e velho mono, e não há quase nenhum reverb. O resultado é um som bem compacto e forte.

Alto e Limpo

John gravando Californication 98/99
Cello Studios - Los Angeles
Falando de sua casa em Los Angeles, Jim Scott era mais do que feliz em divulgar detalhes interessantes sobre o processo de gravação, onde outros engenheiros podem ser um pouco evasivos. Tomando a história desde o início, ele se lembrou: "Após o retorno de John Frusciante, houve um longo período de refamiliarização das músicas e das composições. A banda ensaiou na maior parte do verão de 1998 na garagem da casa do Flea, e quando chegaram ao estúdio de gravação estavam muito bem preparados. Eles começaram a gravar com outro engenheiro, mas depois de uma semana eles sentiram que as coisas não estavam acontecendo. Por sorte, aconteceu de eu estar trabalhando em um estúdio adjacente chamado Cello Recording [antigo Western Recorders] em Los Angeles, então Rick me pediu pra fazer parte, como eu já havia trabalhado com ele antes. Depois que eu comecei a trabalhar com eles, os Peppers ficaram feliz com o som, mas tudo que eu fiz foi simplesmente capturar o som da banda na sala. Nós gravamos 30 músicas em cerca de uma semana, o que é um monte de fita e uma série de performances. Mas eles estavam tocando muito bem, então tudo o que tínhamos que fazer era colocar a mão na massa. A única coisa que poderia ter mudado durante a gravação eram as estruturas das canções, mas Rick tem a sua maneira de trabalhar com a banda e eles realmente confiam em sua decisão.

"Gravamos os quatro ao mesmo tempo, que é basicamente o som do álbum. John fez overdubs de guitarra, talvez dois ou três em algumas das canções, mas no mundo de overdubs isso não é muito. A guitarra slide em 'Scar Tissue' é sobreposta, por exemplo. Eu não acho que alguma vez ele tenha voltado e substituido uma pista inteira de guitarra, e Flea deve ter substituído algumas seções pequenas. Nós também adicionamos algums power chords de piano estilo AC/DC durante a mixagem, mas isso não é como se fosse camadas e camadas de overdubs. O som do disco é o que aconteceu durante essa primeira semana de gravação. Aquela bateria, baixo e guitarra "ao vivo" foi em cada música."
De acordo com Scott, Cello Recording foi outro ingrediente importante na construção do álbum. Ele gosta de gravar lá, porque "tem a melhor coleção de microfones rock & roll do mundo, e eles colecionam antigos consoles Neve e antigos gravadores de fita analógicos." Suas instalações no Studio 2, uma sala retangular de tamanho médio, também ajudou a criar um certo som. Scott explica: "A bateria estavam em um elevador no meio, e havia uma grande cabine de isolamento onde colocamos os amplificadores de John e Flea, apenas para mantê-los fora da sala de bateria. Nós construímos uma casinha pequena em torno dos alto-falantes do baixo, para protegê-los do amp de guitarra. Mas o vazamento não é esse problema tão grande. Na minha experiência, não é um problema desde que você faça pelo menos uma tentativa de ter alguma separação. Houve também uma pequena e separada cabine de vocal, onde Anthony cantou.

"Flea, John e Chad estavam cerca de 3 metros de distância um do outro em um círculo muito pequeno, e Anthony estava a apenas mais alguns metros de distância em sua cabine, facilmente visível através do vidro. Eles podiam ver um ao outro o tempo todo. Não havia defletores ao redor da bateria, então ela apenas soava bem alto na sala. Montei dois microfones ambiente, mas não os usei, de modo que o som da bateria é bem próximo. Chad tem baterias de boa sonoridade, e você pode ouvir a dinâmica e os detalhes em seu groove, por isso era apenas uma questão de conseguir colocar isso na fita. O mesmo acontece com Flea, que tem ótima técnica no baixo - mesmo quando ele toca rápido você ainda consegue ouvir todas as notas. Por eles todos terem tocado tão bem, e por causa da maneira que eu microfonei eles, o som todo era seco e forte. Tudo é alto e claro."

Pegue Isto Enquanto Está Quente

Cello Studios - Los Angeles 
Então como, exatamente, Jim microfonou as coisas? Este é o ponto onde uma certa reticência muitas vezes entra em cena, como se muitos engenheiros quisessem proteger seus próprios segredos comerciais. Talvez eles desejam manter uma mística, ou talvez eles simplesmente preferem falar principalmente sobre os valores intangíveis de um trabalho que requer habilidades técnicas e artísticas. Scott fez protestar algumas vezes que ele não usou mais que "nada de extraordinárias" configurações, mas de qualquer forma ele foi feliz em explicar detalhes: "Para conseguir um som apertado, antecipadamente você tem que colocar os microfones muito perto da bateria. O som ambiente não vem nele. Em algumas gravações tudo que você quer é o som da sala, assim você tem aquele ótimo som de bateria do Led Zeppelin. Mas Rick prefere fazer as coisas soando muito alto e bem na sua cara. Ele não quer que o microfone fique a 10 metros de distância se ele pode ser apenas a um pé de distância. A configuração do microfone era uma abordagem básica de rock & roll que eu aprendi no The Record Plant nos anos 80, nada muito exorbitante.


"Eu usei um Neumann U47 no bumbo, colocando-o bem para dentro. Havia dois  Sennheiser MD421 nos tons, dois Neumann U87 como overhead, e um Shure SM57 no chimbau. A caixa foi captada por dois microfones SM57, um acima e outro abaixo dela, além de um Neumann KM84 em cima, que me deu uma configuração 'microfone-bom/microfone-ruim': entre os dois você pode encontrar o som ideal, e você pode obter brilho e volume. Os três mics da caixa acabaram todos em uma pista. O SM57 debaixo da caixa me deu mais a esteira. Especialmente em baladas soul a esteira tem um som muito bonito, mas Chad toca um pouco rápido demais pra usar muito isso. Tivemos um segundo kit de bateria na sala, que foi afinado completamente diferente, tipo incompatível e desproporcionado. Usamos ela na pista de 'Porcelian'. Tinha mais esteira na caixa, e um bumbo com som macio, além de um prato chiado. Devido à natureza da sala havia mais espaço para estes sons. Eu usei do microfones sobras para esse kit. Acho que houve um SM57 na caixa, um Electrovoice RE20 no bumbo, e dois microfones de fita RCA77 como um geral da baterial. Eu também tive um par de Neumann M50 na sala pra ambiência em ambos os kits de bateria, mas mesmo que eles foram para a fita, eu não os usei na mixagem."

Scott entrou em detalhes sobre as guitarras, baixo e vocais também: "O baixo foi direct-in para a mesa, e eu também gravei os alto-falantes do amplificador com um microfone de tubo [condenser] Neumann U47. Eu costumo misturar 50-50 de direct-In e microfone do alto-falante em uma pista. Eu descobri que é importante ter o som do movimento do ar no baixo. Além disso, às vezes, há distorção no baixo que vem do captador, mas soa muito mais agradável quando ela sai de um amplificador e um alto-falante. Para o guitarra eu usei dois SM57 e dois microfones U87, um em cada gabinete - novamente a combinação 'microfone-bom/microfone-ruim'. Todos os quatro foram pra uma pista, e juntos fizeram um belo grande som de guitarra.

"Anthony sempre usou um SM57 para os seus vocais. Nós o colocamos em uma posição, mas tenho certeza que ele o segurou em sua mão, e se inclinou sobre ele e o engoliu. É assim que ele consegue o seu som, mas isso significava que era importante comprimir-lo, a fim de proteger a fita. Os backing vocals foram 90% feitos por John, embora Flea e Anthony tenham cantado em algumas partes também. Na maior parte do tempo eu usei um U87 em John e Flea, mas algumas vezes, se John tivesse uma idéia que ele quisesse tentar fazer rapidamente, eu gostaria de tê-lo cantando no microfone de Anthony. Ao longo dos anos eu descobri que você não ganha muito ouvindo 25 microfones, quando você tem um bom som. Basta gravar o som bom e acabar com isso. Não é escola de gravação todos os dias - é mais importante obter essas idéias logo enquanto estão quentes ".

Magia

Como se ele não estivesse muito preocupado com os créditos, Scott manteve enfatizando que tudo o que ele realmente fez foi gravar a banda tocando juntos. Havia uma admiração genuína em sua voz quando ele disse: "Esses caras tocam tão bem. Eu os vi passar por altos e baixos, mas agora eles são muito bons. Eu acho que eles são a melhor banda de todas agora. A dedicação da banda para fazer que este disco fosse o melhor possível foi incrível. Anthony chegava todo dia por volta das três horas para ficar pronto para os overdubs vocais que normalmente começavam às quatro. Ele tinha seu professor vocal toda dia, e tomou o seu tempo para aquecer, então ele cantou bem. Eu acho que é o melhor que ele já cantou. Nós provavelmente mantemos alguns vocais 'ao vivo' de Anthony daquela primeira semana, mas ele era o único que voltou e refez a maioria das coisas, em muitos casos por causa de atualizações na letra. Gravamos seus overdubs de vocal na mesma cabine de isolamento. Anthony cantava três ou quatro músicas todos os dias, e então passavamos o tempo separando e escolhendo as melhores partes. Os overdubs vocais demoraram cerca de duas semanas. A gravação inteira durou cerca de cinco semanas, seguidas de algumas semanas mixando, porque Rick não estava sempre disponível para ouvir as mixagens."

Então a banda soava ótima, e a instalação dos microfones era "rock & roll básico". E sobre o caminho do sinal e os efeitos? Scott: "O álbum foi gravado com uma mesa Neve 8038 dos anos 70, em uma Ampex 124 de 24 pistas, das quais quase não existem iguais no mundo. Ambas são verdadeiras máquinas vintage, e soam excelentes. Não usamos nenhum Dolby. Gostamos de chiado. Chiado é nosso amigo. Ouça um disco do Who, é cheia de chiados. A Neve tem excelentes mics pré-amps, então usei eles. Todos os outros mics pré-amps estão tentando ser Neve's. Esta mesa em particular, tinha os equalizadores Neve 1073, e usei um pouco de equalizador enquanto gravava. Há uma diferença enorme entre o que alguém ouve em uma sala de gravação, onde um amplificador de guitarra de 500W está soprando seu cabelo para trás, e uma sala de controle, onde o mesmo som sai de um alto-falante de apenas seis polegadas de altura. Então você tem que colocar tudo em seu lugar, e ter certeza de que ele se sente e soa bem. A maneira de fazer isso é usando equalizador, ou compressão, ou qualquer outra coisa que você pode colocar suas mãos.

"Para fazer com que as coisas soassem grandes na sala de controle, eu adicionei principalmente médios para a guitarra, entre 1kHz e 2kHz, assim como um pouco de graves. O equalizador Neve te dá 56Hz e 100Hz, então foi provavelmente em torno de 100Hz. É bom adicionar graves para a guitarra, porque te da a impressão de soar empolgante, eles podem facilmente pegarem coisas pequenas e finas. Pode saltar para fora dos alto-falantes, mas não é grande demais. John tocou bastante alto, o que, é claro, criou compressão do amplificador, mas eu também comprimi a guitarra de John com um Urei 1176 como eu o gravei. Eu não me importei muito com isso. A maior parte do som vem de seus dedos. Ele usa um  pouco de pedais, mas ele não é realmente um cara de pedais. Ele funciona com uma guitarra, um cabo e um amplificador. Nós nunca esperavamos por ele para definir o seu som. E ele tinha o controle incrível de suas próprias dinâmicas. Em uma pista como 'Get On Top' o seu som de guitarra ia de enorme para minúsculo em um instante. Isso foi tudo feito bem 'ao vivo', e não foi eu. Foi isso o que fez este disco ser realmente fácil de gravar."

"Foi a mesma coisa com Flea. Esse som de baixo distorcido que abre o álbum vem simplesmente do jeito que ele bateu no baixo. Eu não fiz nada nisso. Flea nunca foi para o seu amplificador para mudar alguma coisa, e usou o mesmo baixo no álbum inteiro, a não ser em 'Road Trippin', na qual ele tocou um baixo acústico. Eu comprimi sua direct-in e seu som do amplificador com compressores de tubo LA2A. Acho que não acrescentei muita equalização, a não ser talvez um pouco de grave, em torno de 56Hz. Não me lembro de ter adicionado algum médio ou médio-agudo para maior clareza, porque ele soava limpo."

Cello Studios - Los Angeles Clipe de My Friends
Passando para os tratamentos para os vocais e bateria, Scott explicou que o compressor que ele usou nos vocais de Kiedis, que eram muito dinâmicos pois sua tendência era comer o microfone, era um Urei 1176:"Todo mundo usa aquele. Mesmo que minhas gravações possam soar bastante radicais, eu não exagero com as configurações. Eu usei uma verdadeira configuração pura, relação 4:1, com attack rápido, release lento e compressão apenas o suficiente para fazer o trabalho. Eu imprimi o seu vocal com compressão, era simplesmente parte do som. Eu gravei a bateria com um monte de equalização. Velho rock & roll clássico e coisas do tipo também. Eu acho que você pode encontrar o som de bateria de rock esculpido na face de um equalizador API. Você pode adicionar um monte de 5kHz e 100Hz, e lá está seu som de bateria. Eu usei o equalizador Neve, mas era o mesmo conceito. Adicionei bastante grave para o bumbo e tons, provavelmente em torno de 50Hz, e algum agudo para a caixa e chimbau, apenas o suficiente para deixa-los bonitos."

Em muitos aspectos, parece que a gravação de Californication foi feito com aplicações criativas de técnicas dos anos 60 e 70. Mas, investigando mais profundamente, descobre-se que o álbum não foi feito especificamente em 'retrô', mas ferramentas modernas também foram utilizados. A razão disso é que eles acabaram trabalhando com 48 pistas, o que é notável, dado que a fundação do álbum começou com três caras tocando em uma sala e que havia poucos overdubs instrumentais. Scott: "Eu eventualmente recorria a duas máquinas Ampex 124 sincronizadas. Uma das máquinas era realmente escrava do vocal. Na máquina principal eu tinha em torno de 10 pistas de bateria: bumbo, caixa, tons estéreos, overheads estéreo, chimbau, sala estéreo, e eu geralmente imprimia uma sub-mixagem de bateria comprimida também - isso faz a mixagem bruta soar um pouco mais excitante. Houve também um pouco de percussão, como meia-lua e outros. A segunda mesa de 24 pistas permitiu-nos colocar muitos e muitos vocais e backing vocals. Em seguida transferimos essas faixas para o Pro Tools, para poder experimentar e editar e mover as coisas e arquivá-las. É muito mais rápido para fazer composições vocais como isso do que em analógico, principalmente quando queríamos fazer as mudanças pedidas por Rick. Você pode manter um mapa de onde vieram as partes, para que você possa depois recuperá-los dos originais analógicos."


O Grande Mono

A menção ao Pro Tools, especialmente quando usado no Cello Recording, um ambiente que está tão rodeado de equipamentos clássicos e vintage, traz à tona o debate digital-versus-analógico. Scott parece achar toda a discussão uma perda de tempo: "Eu prefiro analógico, mas vou fazer o meu trabalho de qualquer maneira que eu puder. Vou usar qualquer ferramenta. Eu acho que você atira no próprio pé, usando digital em tudo, mas fomos capazes de tomar decisões rápidas sobre onde estariam as coisas boas usando o Pro Tools."

Scott claramente pertence ao pragmático em vez do campo ideológico, e isso mostra a maneira como ele mixou o álbum, mais do que tudo porque muito disso saiu seco e em mono. Hoje em dia, ou é muito corajoso ou uma coisa muito louca para fazer, mas ele parece ter se saído bem, dado o sucesso do álbum - Warner Brothers pode ter problemas adaptando isso para som surround 5.1, no entanto! Scott descreveu o processo de mixagem desde o começo: "Nosso ponto de partida era que a fita soasse bem, e ela soou bem desde o primeiro dia, então não havia nenhuma razão para mudar isso. Era como se não houvesse nada a ser corrigido na mixagem. Tudo o que eu tinha que fazer era equilibrar direito e torná-la bem alta. Então mixar foi fácil. A minha principal preocupação foi a de construir as pistas certo, de modo que cada refrão fosse sucessivamente mais alto, e assim a dinâmica da música ficaria mais intensa na medida em que ela fosse evoluindo. Eu mixei o álbum na Neve no The Village, em Los Angeles, usando automação de Flying Faders. Recorri a duas mesas de 24 pistas durante a mixagem, para poder voltar para as pistas originais. Por fim acabamos jogando as melhores partes para pistas únicas.


"Em termos de efeitos a mixagem foi totalmente seca. Eu não adicionei nenhum reverb, e outros efeitos muito pouco. Usamos um 'compressor humano' no voca - mantivemos nosso dedo no fader - certificando-se de que Anthony permanecesse na mixagem. Automação é uma ajuda maravilhosa para isso. Também não houve muita re-equalização. Tivemos um som de bateria empolgante, então por que mexer nisso? Eu usei bastante compressão da Neve 33609 na mixagem estéreo, para acrescentar força, e eu adicionei um pouco de grave e um pouco de agudo à mixagem estéreo geral, só para deixá-la mais Hi-Fi. Gravações do Chili Peppers precisam ser animadas e funky, e você pode arruinar gravações tentando fazê-las soarem muito grande. Se você colocar muito grave, você pode derrubar a gravação, e ele começa a se embolar em seu próprio tamanho. Mixamos para diversos formatos digitais (Apogee DAT, Regular DAT, 96K DA88) e 2-Pistas analógicas, comparando tudo, e acabando por usar as 2-Pistas analógicas em 30ips sem Dolby."

Mas então, Sr. Scott, é fato de que a maior parte do álbum é em mono, com exceção dos tons, os demais overdubs de guitarra dividos, e o som de Mellotron de um Chamberlin em 'Road Trippin'? O americano riu: "Sim, seca e mono, é uma gravação bem ousada. Mono ajuda a manter as coisas alto. Eu acho que Rick decidiu que não queria as coisas explodindo de repente no canal esquerdo neste disco. Por que iríamos querer isso? Só queríamos ouvir as músicas. Tentamos dividir as guitarras em esquerda e direita, mas sempre que fazíamos isso, era tipo: 'Soa melhor no meio, vamos deixá-lo no meio.' Quando há uma verdadeira bela guitarra rolando, ela pode estar logo atrás do vocal. O disco é baixo, bateria, guitarra e um cantor. Não é tão complicado. Soou melhor em um grande mono."


Acústico, Mais Ainda Red Hot...

Os sons de Californication são, no geral, elétricos, mas nas faixas 'This Velvet Glove' e 'Road Trippin' o violão pode ser ouvido. Além disso, algumas faixas têm o piano acústico acima mencionado. Scott descreveu sua abordagem para gravar estes: "Minha configuração usual para violão é usar um Neumann U87 e um AKG C452, mais uma vez a idéia 'microfone bom/microfone ruim'. Você não quer que os microfones estejam perto demais, porque o som vai ficar embolado, então eu os coloquei a alguns pés de distância, apontando logo acima ou logo abaixo do buraco do som - a menos que você queira som de 'Jumpin   Jack Flash', violões só precisam ser agradáveis. Eu combinei esses dois microfones em uma pista. Nós gravamos o piano acústico durante a mixagem no The Village, em Los Angeles. Fomos por um estilo Beatles, tipo 'A Day in the Life': um microfone muito comprimido, para fazer o som cortar através dele. Eu usei um U87, não muito perto do piano ou dos martelos. Queríamos que o som tivesse bastante ring, e conseguimos bastante attack usando equalizador e um compressor, neste caso um Urei 1176 com muito ganho de entrada e um tempo de release bem lento, então o som se torna tão alto quanto se sustenta."

Fonte: Soundon Sound
Créditos e Tradução: Felipe Freitas